quarta-feira, 22 de junho de 2022

 




Oi querido, sonhei contigo. Mas não foi um encontro de almas, não, não foi! Foi só saudade, só uma visão que minha mente projetou para eu aliviar essa saudade cruel e sem piedade.

É, eu te vi, meu velho. Foi tão rápido, como uma flecha.

Eu estava passando pela rua da nossa casa e parei meu carro, e quando percebi, já estava dentro da casa. Corri pelos corredores, todos nublados. Sabe aquela luz que é penumbra, mas que a gente consegue ver?

Parei na porta deum quarto e gritei: PAI, PAI ... PAI. Minha voz era fraca, quase um sussurro; e por mais que eu me esforçasse, não saia. Olhei para a porta da tua suíte e vi uma luz pela fresta, e então eu gritei de novo, e você fez um hã ou hum... ouvi tua voz rapidamente. Daí você saiu com uma toalha na mão, olhou pra mim e sorriu como se dissesse: não adianta, filha, eu me fui. Só eu reconheceria aquele rosto, o sorriso, a feição... e ainda balançou a cabeça em sinal de eu fui embora pra sempre, numa negativa breve. Eu só tive tempo de te olhar. Matar um décimo da minha saudade e acordei!

By Lu Cavichioli

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O tempo...




Um diário, desabafos... mais nada


última foto com meu pai


Olá meu querido, meu pai lindo, meu amor
Esse mês faz 3 anos que você se foi, assim... sem me avisar.

Último sorriso, naquela cama de hospital enquanto eu me despedia e também prometia voltar no dia seguinte pela manhã. Mas não foi assim...
Na madrugada insone você se foi, e eu acordei, mesmo sem saber da tua partida.
Entre gritos recebi a notícia... cacos de pele espalhados pela casa. Coração esmagado pela dor e lágrimas órfãs .

Dia 23/08/2014 - uma data que nunca mais vou esquecer até morrer.

Venha me ver, preciso do teu abraço.



quarta-feira, 1 de março de 2017

Como suportar?






Oi meu querido, tem dias que  a saudade fica insuportável, dá aquele desespero e eu fico assim, lembrando de você, querendo te tocar, te dar um beijo, um abraço demorado como eram os nossos, lembra? E eu dizia no teu ouvido: " eu te amo".

Todos os dias me lembro de ti e de nossas histórias tão inesquecíveis... foram tantas não é?
Boas e ruins, mas eram com você e pra mim estava tudo bem. Somente o último episódio que foi terrível, ficou incompleto, faltou pedaços meus, pedaços teus... foram-se todos, perderam-se no éter.

Hoje não vim contar nenhuma história, vim só falar contigo, ou seja, comigo mesma... Mas mesmo assim isso me alivia de alguma forma.
Ainda ouço tuas brincadeiras, tua risada e aquela linguagem engraçada que vc fazia e eu morria de gargalhar.

Eu te vejo em meus pensamentos, são como uma fita de cinema particular, só  eu na platéia.
Vejo você chegando em casa para o almoço, Vejo você varrendo nossa casa, tirando as folhas e papéis que o vento jogava na calçada.
Vejo você chegando da feira com caixas de frutas, laticínios e tal... e sempre tinha algo de especial pra mim. Ou era uma caixa de bombons, ou era aquela geleia coberta de chocolate que eu devorava sem nem mesmo ver as cores.
Vejo você, abrindo o portão pra eu entrar com o carro. Vejo você me ensinando a dirigir, me aconselhando na vida, me empurrando pra frente.

... E vejo você em algum lugar florido, cheio de paz e luz... caminhando feliz.

Volta pra mim!
Sei que não pode, mas na minha loucura eu peço... deixe, não ligue...

Te amo pra sempre.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Mistura Fina

DESENHO E CHOCOLATE



Todos os domingos meu pai me levava ao cinema, assistir Tom & Jerry. Era uma farra.
A gente acordava cedo e lá íamos nós para o centro da cidade de ônibus porque não tínhamos condução própria, mas pra mim tudo era festa... Então começava a sessão e lá vinha aquele leão da Metro e eu aplaudia muito, porque sabia que logo após ele rugir, iriam aparecer meus heróis de infância: Um gato e um rato, mas um gato pra lá de especial e muito divertido. Era um trapalhão, e fazia de tudo para atormentar o ratinho que era super esperto e dele se ria muito. No final  sempre acabava  tudo bem, e eu aplaudia ainda mais, aproveitando para viver aquela fantasia de menina, enquanto  o mundo era todo cor de rosa.

Na saída do cinema eu sempre ganhava um tablete de chocolate,  e eu sempre podia escolher qual eu gostava mais. Era o Diamante Negro, nossa, gosto dele até hoje.

As vezes íamos pra casa, e outras meu pai me levava na casa da minha tia Marlene, onde ela fazia todas as minhas vontades.

Assim eram meus domingos entre desenho animado, passeios e chocolate.