Oi querido, sonhei contigo. Mas não foi um encontro de almas, não, não foi! Foi só saudade, só uma visão que minha mente projetou para eu aliviar essa saudade cruel e sem piedade.
É, eu te vi, meu velho. Foi tão rápido, como uma flecha.
Eu estava passando pela rua da nossa casa e parei meu carro, e quando percebi, já estava dentro da casa. Corri pelos corredores, todos nublados. Sabe aquela luz que é penumbra, mas que a gente consegue ver?
Parei na porta deum quarto e gritei: PAI, PAI ... PAI. Minha voz era fraca, quase um sussurro; e por mais que eu me esforçasse, não saia. Olhei para a porta da tua suíte e vi uma luz pela fresta, e então eu gritei de novo, e você fez um hã ou hum... ouvi tua voz rapidamente. Daí você saiu com uma toalha na mão, olhou pra mim e sorriu como se dissesse: não adianta, filha, eu me fui. Só eu reconheceria aquele rosto, o sorriso, a feição... e ainda balançou a cabeça em sinal de eu fui embora pra sempre, numa negativa breve. Eu só tive tempo de te olhar. Matar um décimo da minha saudade e acordei!
By Lu Cavichioli